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"Não há nada mais prático que uma boa teoria", Kurt Lewin

TEORIA

A literatura reporta uma elevada prevalência de crianças ou jovens em contexto de acolhimento institucional envolvidos em situações de bullying, quer enquanto alvos, quer enquanto perpetradores (Triseliotis et al., 1995; Farmer & Polloc, 1998; Gibbs & Sinclair, 2000).

Conhecendo as graves consequências que o Bullying despoleta em termos da integração e adaptação dos jovens, torna-se ainda mais preocupante quando estas agressões invadem o seu espaço pessoal – a sua casa (Barter, 2003).

Uma das principais causas identificadas para justificar os elevados níveis de Bullying e violência entre pares que se fazem sentir no contexto de acolhimento residencial são as fracas competências pessoais e sociais das crianças e jovens acolhidos, frequentemente justificadas pelos seus percursos de vida instáveis, supervisão parental negligente e a escassez de vínculos significativos.

Desta forma o Houses of Empathy, desenhou um programa anti-Bullying cujo principal objetivo é atuar ao nível da promoção de competências pessoais, sociais e de empatia.

De forma a fomentar a mudança de comportamento nos jovens, o programa tem como base o Modelo Transteórico da Mudança de comportamento de Prochaska (1994). Este modelo defende que a mudança comportamental apenas acontece ao longo de um processo faseado de motivação para a mudança, constituído por 5 estádios: Pré-contemplação – fase em que as estratégias devem focar-se na tomada de consciência, quer dos problemas, quer de possíveis soluções; Contemplação – Etapa em que o foco se encontra no treino das competências necessárias à mudança do comportamento. Preparação – Fase de desenvolvimento de estratégias que visem a mudança; Ação – Etapa de apoio e acompanhamento na implementação das estratégias definidas anteriormente; e por último, a Manutenção – Período em cujo foco está na preocupação em manter a mudança alcançada.

Com base nas evidências de que a empatia atua como inibidora dos comportamentos agressivos, o programa será igualmente estruturado com base no Modelo de Empatia (Preston & Wall, 2002). Este modelo defende que, regra geral, quando confrontado com uma situação em que um determinado individuo está em sofrimento, o sujeito tende, por um lado, a apresentar também ele sofrimento e, por outro lado, a procurar terminar com o sofrimento desses mesmo indivíduo. A probabilidade da ocorrência deste tipo de resposta está dependente da familiaridade e similaridade do sujeito com o objeto, da experiência prévia com a situação que é vivida e ainda com a intensidade dos estímulos recebidos.

Trabalhando e refletindo acerca destas questões pretendemos promover respostas de empatia.

Apesar de ser essencial prevenir, é também muito importante saber intervir quando ocorrem comportamentos de Bullying. Numa perspetiva mais interventiva, o programa enquadra-se numa abordagem sem culpabilização – “No blame approach”. Esta abordagem é caracterizada pelo esforço em identificar de que forma o alvo dos comportamentos de Bullying está a ser afetado pelos mesmos, servindo-se para tal de um grupo de suporte composto pelos pares, no qual se incluem igualmente os apoiantes e perpetradores. Através da ausência de atribuição de culpa ou punição o grupo é encorajado a assumir responsabilidade pelo problema e a identificar estratégias para lidar com o mesmo.

Tendo como ponto de partida esta base metodológica o programa piloto “Houses of Empathy” foi estruturado em diferentes unidades, passando por temáticas como cooperação, comunicação e assertividade, emoções e empatia.

Através de uma sequência lógica, as sessões realizadas em cada uma das unidades propõe-se a trabalhar as competências dos jovens, de forma promover relações saudáveis entre os pares e a prevenir a ocorrência de Bullying.

Estas sessões serão desenvolvidas com recurso a metodologias de educação não formal e de educação entre pares, através das quais os conteúdos serão apresentados aos jovens sob a forma de dinâmicas de grupo, jogos, assim como momentos de reflexão e partilha.

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